Comandante da PM em Piracicaba e região é afastado pela Corregedoria

07/04/2013 10:34

 

Coronel Otacílio José de Souza exercerá funções internas administrativas.

Cúpula da Polícia Militar não informou motivo da apuração contra o oficial.

 

Fonte: Do G1 Piracicaba e Região

Foto para ilustração do texto: APPMARESP

 

O coronel Otacílio José de Souza, comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar do Interior, com sede em Piracicaba (SP), foi afastado da função nesta sexta-feira (5). Ele é investigado pela Corregedoria da PM e vai exercer funções internas administrativas até a conclusão do processo.

 

A Corregedoria, por meio de assessoria de imprensa, não relatou o motivo da investigação. "Mais informações, por ora, não serão fornecidas para preservar as apurações", argumentou em nota.

O afastamento será publicado no Diário Oficial do Estado neste sábado (6) ou na terça-feira (9), de acordo com informações do coronel João Batista de Souza Júnior, diretor do Comando de Policiamento do Interior da PM de Piracicaba (CPI-9), que abrange 52 municípios.

 

"Trata-se de uma prática corriqueira na corporação em casos de investigação da Corregedoria. O oficial ficará afastado das atividades de comando até a Corregedoria concluir o inquérito", disse João Batista. Coronel Otacílio já foi transferido nesta sexta-feira para São Paulo, segundo ele.

O major Marcos Fernandes assumirá interinamente o comando do 10º Batalhão da PM, que abrange Piracicaba e mais 10 cidades da região: Águas de São Pedro, Capivari, Charqueada, Elias Fausto, Mombuca, Rafard, Rio das Pedras, São Pedro, Santa Maria da Serra e Saltinho.

O coronel Otacílio José de Souza não foi encontrado nesta sexta para comentar o assunto

 

 

CONTINUAÇÃO: Escuta mostra participação de PMs em jogos de azar


22 de julho de 2005 • 09h12

Policiais militares de Bebedouro e Barretos, cidades da região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, estão envolvidos com jogos de azar e formação de quadrilha, é o que revelam escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. Segundo a EPTV, as escutas foram feitas durante um mês e registram conversas entre o capitão Otacílio José de Souza, de Bebedouro, e um major de Barretos. Quase todas as ligações foram feitas da sede da própria Polícia Militar.

O Ministério Público e a Polícia Civil fizeram duas apreensões em Viradouro e Terra Roxa de máquinas caça-níqueis e componentes para a montagem das máquinas. Na última apreensão, na semana passada, em um rancho às margens do Rio Pardo, em Viradouro, foram encontrados também material de jogo do bicho e um caderno de anotações com nomes e telefones de policiais, além de registros de supostos pagamentos de propinas.

Na primeira apreensão, no dia 7 deste mês, três máquinas caça-níqueis e material de jogo do bicho estavam na casa do aposentado Carlinhos Zacarone, a quem o capitão Otacílio se refere como "bicheiro". Zacarone é pai de quatro policiais militares.Durante a investigação, o promotor Thiago Cintra foi ameaçado de morte e registrou um boletim de ocorrência, informou a EPTV. Leia abaixo trechos da conversa (transcrito como eles falaram) entre o capitão e major:

Capitão: "É o capitão Otacílio. O major está por aí? Deixa eu falar com ele".
O major atende ao telefone:
Capitão: "Eles foram muito burros, né. Em vez de levar mais policiais junto para ficar duas versões, foi só o sargento lá com o Valter. Na ocasião, o promotor mandou ele se desarmar, inclusive".
O capitão também comenta com o major a investigação do Ministério Público:
Capitão: "Fica chato pra mim, major".
Major: "Alguém levantou suspeita lá em relação ao Ministério Público com você porque eles estão desconfiados lá de que tem alguma coisa lá, né?".
Capitão: "O tiro saiu pela culatra".
No rancho em Viradouro, além de componentes para montagem de máquinas de jogo, policiais civis encontraram na agenda que estava no local um cartão de visitas do capitão. Um soldado que participou da operação, identificado apenas por Darvin, liga para o capitão para avisar:
Soldado: "A hora que o delegado abriu (a agenda encontrada no rancho), começou a verificar, achou o cartão do senhor lá dentro. Eu falei ´justo eu que fui pegar essa porcaria`", justifica-se o soldado.
Na ligação, o capitão faz apenas uma interjeição, "Ê... Darvin!", mas em seguida volta a ligar para o soldado, mais preocupado:
Capitão: "Ô Darvin, só uma pergunta: não tem meu celular atrás do cartão, tem"?
Soldado: "Não sei, capitão. Não vi. Não tive acesso. Eu vi o que me mostraram na mão do delegado".
Capitão: "Agora cê dá uma confirmada nisso aí".
As fitas com as gravações foram ouvidas ontem em uma reunião entre representantes da Corregedoria, do Serviço Reservado da Polícia Militar e do Ministério Público. O Grupo de Atuação Especial Regional para Prevenção e Repressão ao Crime Organizado (Gaerco), de Ribeirão Preto, também entrou nas investigações.
Na sede da PM de Bebedouro, a informação é de que o capitão está em licença-prêmio, o que foi negado pelo Comando. O capitão foi afastado das funções e está em trabalho administrativo na sede de Barretos, onde deve ficar até o final da investigação, informou o comando. A PM também não quis comentar as denúncias e só vai se manifestar após a conclusão do inquérito.

Fonte: Redação Terra