MÉDICA DA PM CONTESTA PSIQUIATRA E GERA TUMULTO NA CASA DE POLICIAL

11/06/2015 20:11

ENQUANTO BRIGAMOS NO CONGRESSO PRA ACABAR COM OS CRIMES CONTRA OS POLICIAIS, NOS QUARTÉIS ELES CONTINUAM A ACONTECER...

 
                  Em Piracicaba – SP, policial sob tratamento psiquiátrico, com encaminhamento médico e aguardando vaga em hospital psiquiátrico, recebe visita indesejada de oficial PM do quadro médico, que tenta sequestrá-lo e conduzir à força para o Hospital da Polícia na capital.
 
                  Essa mesma médica é quem contestou o atestado médico do policial no passado, interrompendo seu tratamento e determinando que retornasse ao trabalho sem, no entanto, proceder ao acompanhamento clínico do mesmo.
 
                  O policial foi atendido após um surto psicótico, pela médica psiquiatra que acompanha seu tratamento, a qual determinou seu afastamento do trabalho e recomendou internação, inclusive providenciando contato no hospital e reservando vaga.
 
                  Constatou que o transtorno se deu em função do serviço na Polícia Militar e por essa razão, o ideal é que não tivesse contato com a PM antes de ser tratado do transtorno. No primeiro expediente, às sete e meia da manhã, levei pessoalmente o atestado médico do atendimento, bem como cópias do encaminhamento ao hospital psiquiátrico e das receitas de medicação recomendadas e entreguei em mãos para a psicóloga do CPI-9, relatando a impossibilidade do policial comparecer ao quartel devido ao seu quadro clínico, recomendando inclusive que se fossem fazer uma visita fiscalizadora, para constatar se ele estava cumprindo a convalescença em sua casa, para que não fossem de viatura caracterizada, a fim de evitar uma recaída no quadro clínico do policial.
 
                  Mais tarde, ainda no mesmo dia, retornei ao quartel e conversei pessoalmente com o comandante direto do policial, esclarecendo o motivo pelo qual ele não havia se apresentado para o trabalho, e novamente, recomendando o tato no tratamento da situação delicada do policial. Resultado: na data de hoje, a oficial da PM, regimental médica, ao invés de solicitar que uma viatura do “P2”, serviço de investigação interna, descaracterizada fosse fiscalizar o policial, ela mesma foi até sua residência fardada, exibindo suas divisas douradas na farda, com uma viatura caracterizada e mais dois policiais fardados e tentou sequestrá-lo e conduzir à força para o Hospital da PM.
 
                  O policial me telefonou e eu fui até o local. Qual foi a minha surpresa ao saber que esta mesma oficial havia acionado o corpo de bombeiros e a viatura de resgate, pra derrubar o portão e conduzir o policial, alegando que naquele momento ele estava tentando suicídio, o que era mentira. O policial estava bem até suas ameaças começarem, tendo inclusive telefonado de dentro da residência solicitando ajuda. Em menos de dez minutos após telefonarmos para sua médica e ela ter recomendado que ele fosse até o Hospital Unimed, onde é conveniado, e contra recomendando sua condução coercitiva para longe da família, convenci o policial a seguir na viatura do resgate e fui acompanhando-o até o hospital.
 
                  A médica inconsequente da PM, como se não bastasse descarregar suas frustrações pessoais em cima de mim, ainda foi mal educada com a esposa do policial, causando uma impressão pouco agradável sobre a forma como a PM lida com seus funcionários.
 
                  Por seus comportamentos, entendo que essa médica da PM, violou o código de ética médica, ao determinar providências diversas das ministradas pela especialista que cuidava do caso, sem ter competência para tal, uma vez que não é psiquiatra, descumpriu a premissa basilar da PM que determina que “nós policiais militares, sob a proteção de Deus, estamos compromissados com a defesa da vida, da integridade física e da dignidade da pessoa humana” e ainda quase suscitou uma revolta popular, na medida que encheu a rua da casa do policial de viaturas, desnecessariamente. Em tempo, esclareço que o fato de o policial não haver se apresentado no quartel ao primeiro expediente útil sequer enseja transgressão disciplinar, uma vez que eu apresentei os atestados e indiquei onde ele poderia ser encontrado, 24 horas por dia.
 
                  Ainda assim, se essa senhora desejasse tomar medidas administrativas contra o policial, deveria dirigir documento à administração comunicando sua conduta e aguardar as apurações devidas, que não seriam feitas por ela, mas pelo setor competente. Não acredito que o comandante vá tomar qualquer medida em desfavor dessa senhora, já que o cabo Robson está com um “X” nas costas, providenciado por sua própria administração, mas ainda assim, encaminharemos uma representação em nome da APPMARESP para o CPI-9, para a Corregedoria da PM e para o Conselho Regional de Medicina, e ainda orientaremos à esposa do cabo Robson a que entre com uma ação civil de reparação de dano, uma vez que, não bastasse o vexame público, a oficial da PM ainda quebrou seu portão quando tentava arrombá-lo desnecessariamente.
 
Marco Ferreira - Presidente da APPMARESP