O GRAU DE COMPROMETIMENTO DO SOLDADO É PROPORCIONAL AO NÚMERO DE MEDALHAS NO UNIFORME DE SEU COMANDANTE...

02/05/2015 13:17

QUEM LUTA E MORRE É O OPERÁRIO, MAS QUEM DESFRUTA DA GLÓRIA É O COMANDANTE, QUE NUNCA CONHECERÁ UM CAMPO DE BATALHA.

O soldado que luta e o comandante que manda. Qual a diferença?

TRADUZIMOS ESSA DIFERENÇA GRITANTE ENTRE UM E OUTRO

Vimos essa semana a convergência dos jornais do Brasil inteiro para o confronto entre professores e policiais no estado do Paraná.
Nesse conflito, estavam envolvidos, representando a polícia, soldados, cabos, sargentos e sub tenentes. Todos praças, ou seja, TODOS operários.
Agiram aleatoriamente? Não, não agiram aleatoriamente. Agiram sob comando.


A questão é: Por que motivo quem deu a ordem não estava presente na hora de executá-la?
A resposta é simples: Morrem os peões, para preservarem as oligarquias, assim como no jogo de xadrez.
“Sun Tzu” já dizia no seu célebre best seller “A Arte da Guerra”, que conhecer o seu inimigo é fundamental para o êxito na batalha. Por esse motivo os coronéis não poderiam combater os professores, porque sua realidade é diferente. Não sabem por quais privações passam os professores, suas necessidades, seus medos e suas aspirações. Não os conhecem. Não venceriam.


Mas o fato de não serem bons guerreiros não faz dos coronéis maus estrategistas. Sua estratégia é perfeita. Colocam o soldado, um cidadão de segunda categoria, assim como os professores, que tem as mesmas aspirações, as mesmas dificuldades, os mesmos problemas. Que carecem das mesmas necessidades básicas de sobrevivência, ou seja, conhecem profundamente o professor, classe a ser combatida. A diferença entre um e outro pobres, é a forma como o policial foi disciplinado.

O policial foi disciplinado para a guerra. Obedece padrões de ação que não lhe permitem questionar ordens, independentemente de serem éticas ou não. São treinados para o combate e não recuam ante o sangue derramado, e nem se sensibilizam com a rendição do oponente contrário ao governo e a seus comandos.

O policial conhece o inimigo, conhece a arte do combate, conhece o território, mas não conhece a si mesmo. Não se vê como parte da sociedade a que combate. Não se entende como parte dos que são oprimidos. Acredita representar um objetivo maior, quando na realidade só o que faz é defender prédios e finanças, contra pessoas de carne e osso.


O bem maior do cidadão é a vida, seguida pela integridade física, depois pela dignidade humana e só depois, pelo patrimônio.
Não podemos nunca inverter a ordem dessas garantias constitucionais do cidadão, sob pena de nos distanciarmos da verdade e da justiça, pelas quais saímos de casa toda manhã, após prometermos à nossa família que garantiremos um mundo melhor onde poderão viver.
Cada policial que se recusa a cumprir uma ordem dessa envergadura, apesar de ser rigorosamente punido nos quartéis, está levantando uma bandeira invisível mas legítima e efetiva contra uma ditadura de costumes baseada na segregação de classes menos favorecidas em benefício de castas que dominam a economia e escravizam.
 Marco Ferreira - Jornalista