PLATAFORMA ELEITOREIRA: COMANDANTE DÁ ENTREVISTA CONTRADITÓRIA E NÃO EXPLICA O AUMENTO DA CRIMINALIDADE EM PIRACICABA

15/07/2014 11:47

Em entrevista coletiva convocada pelo comando da PM em Piracicaba no dia de ontem, 14de julho , divulgada amplamente em todos os meios de comunicação locais, a comandante do 10º BPM-I, numa tentativa desesperada de mascarar os índices criminais na cidade, desfocando a imprensa local, atacando a APPMARESP e omitindo dados estatísticos que deveriam ser divulgados, em obediência à norma de Policiamento Comunitário em vigor na PM, fez uma série de declarações contraditórias, como por exemplo, que a APPMARESP não possui os dados oficiais da criminalidade e das ameaças aos policiais, sendo que em momento algum divulgamos índices oficiais mas tão somente as reclamações que chegaram até nós através dos próprios policiais. Admite que nós representamos os policiais, apesar de , em entrevista anterior, há menos de uma semana, ter declarado que a APPMARESP não representava seus subordinados.  Tanto ela, quanto seu comandante, que se recusam a discutir os assuntos atinentes à segurança pública com a APPMARESP, alegando que nós não temos vínculos formais e institucionais com a PM.


A APPMARESP acredita que justamente em razão desta recusa dos comandantes em dialogar com a população, está havendo o aumento considerável da criminalidade, que está colocando o cidadão de bem trancado dentro de casa enquanto a PM fica correndo atrás de registrar crimes já ocorridos, o que destoa da função constitucional da PM, que é a de prevenir que esses crimes aconteçam.
Não é só a APPMARESP quem está criticando o comando da PM, como podemos ver nos jornais locais, onde diversos representantes de comunidades vêm questionando as ações policiais ou a ausência de tais ações.


A APPMARESP não quer ser vista como uma entidade denuncista, mas devemos deixar claro o nosso posicionamento contrário ao trabalho claramente eleitoreiro que vem sendo feito em Piracicaba, a despeito das outras cidades sedes de comando subordinadas ao CPI-9, onde não temos tantos oficiais superiores como em Piracicaba, e que os índices criminais são consideravelmente mais baixos. Piracicaba tem dois coronéis, dois tenentes coronéis e quatro majores, fora o grande número de capitães e tenentes, todos cargos gerenciais. A comandante fala em nome de todos esses oficiais e a nosso ver, deveria ter uma postura mais profissional e nos moldes da instituição Polícia Militar que, temos certeza, não coadunam com esta postura individualista, em prejuízo não só da população em geral, mas também do próprio policial, que não tem a quem recorrer e, a cada vez que publicamos uma súplica do efetivo, são novamente bombardeados por ameaças de seus comandantes.


“Marco Ferreira Se eu fosse comandante de um batalhão que comanda onze cidades, teria vergonha de ir a um programa de televisão levando uma caderneta de anotações com índices de prisões em flagrante delito, que todos sabem que são resultados da interação do policial de rua com a comunidade e não de planejamento da PM. O aumento das prisões significa que aumentaram os roubos, os furtos e demais crimes, numa escala exponencial. Por que essa mesma comandante não levou anotados os números de furtos, roubos e homicídios? Diz que a situação é normal e menospreza o fato de que dois policiais diretamente ligados ao seu comando foram assassinados na cidade em menos de dois anos, e, enquanto ela dizia que tudo estava bem, mais um policial da cidade sofreu atentado a tiros. E agora, o 181 não recebe denúncias de atentados contra policiais. Por ordem de quem? De quem é o interesse de mascarar esse tipo de ocorrência?”


É preocupante este posicionamento do comando da PM, que não alcança coro entre seus próprios subordinados, que estão sendo vitimados por, além das ameaças feitas por desconhecidos, das ameaças por seus próprios comandantes, no sentido de coibir que tais informações cheguem ao seu destino, a saber, sua representante de classe e, consecutivamente, a sociedade.
Propomos uma reunião com estes comandantes, diante da imprensa e representantes dos demais segmentos da sociedade piracicabana, onde concitamos a que apresentem os índices de furtos e roubos, homicídios, seqüestros, tráfico de entorpecentes, bem como outras ocorrências que afetam diretamente a paz social, objetivo maior da sociedade.
Aquele que desejar conhecer os índices reais do número de furtos, roubos, tráfico de entorpecentes e perturbações à paz social, acesse o site oficial: www.ssp.sp.gov.br .
O comando da PM em Piracicaba foi procurado pelo setor de comunicação Social da APPMARESP, mas se recusou a comentar o fato.