Policial militar é assassinado em São Bernardo do Campo (SP)
Um cabo da Polícia Militar foi assassinado na manhã desta sexta-feira (2), em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
Entre o final da noite de ontem e a madrugada desta sexta-feira, um policial civil foi baleado e ao menos cinco pessoas foram mortas a tiros em nova onda de violência na capital. Nenhum suspeito pelos crimes foi preso. Até as 13h, o oficial permanecia internado.
Desde o início do ano, 91 PMs foram mortos no Estado de São Paulo, mas o governo não admite ligação entre esses crimes. Roberval França, comandante da Polícia Militar de São Paulo, afirmou na terça-feira (30) que ao menos 37 desses casos tinham característica de crime encomendado.
O cabo Marcos Volnei Zacarias Pilatti estava em sua moto, indo de sua casa, na Praia Grande (litoral de São Paulo), para o 40º Batalhão da PM, onde trabalhava na 3ª Companhia.
Ao passar pela estrada Samuel Aizemberg, na altura do número 500, por volta das 6h20, o cabo foi abordado por dois criminosos armados que anunciaram o roubo.
De acordo com o major Valente, também do 40º Batalhão, o cabo estava fardado, porém utilizava uma capa de chuva e um capacete, o que impedia que fosse identificado como policial.
Pilatti foi atingido por dois disparos, um no pescoço e outro no rosto. Os bandidos tentaram levar a moto do policial, mas desistiram quando o alarme do veículo disparou há poucos quilômetros do local do crime. A arma e os documentos do cabo também não foram levados pelos bandidos.
O soldado foi socorrido ao Hospital Assunção, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O corpo do cabo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) da região.
A PM de São Bernardo do Campo montou operação especial para tentar localizar os suspeitos responsáveis pelo crime.
De acordo com o telejornal "SPTV", da Rede Globo, a Polícia Civil apreendeu imagens da câmera de segurança de uma empresa da região para tentar identificar os criminosos. O caso foi registrado no 3º DP de São Bernardo do Campo.
ONDA DE VIOLÊNCIA
Outros dois policiais militares à paisana foram mortos a tiros, na região de Cidade Nova Heliópolis, zona sul de São Paulo, por volta da 0h de quinta-feira.
Os PMs andavam de moto pela rua Paraíba, na região da Favela de Heliópolis, quando foram baleados. Quando a polícia chegou ao local descobriu que as duas vítimas eram militares. Eles foram levados ao pronto-socorro do Hospital Heliópolis, mas não resistiram aos ferimentos e morreram.
Desde junho, quando os bandidos da facção criminosa PCC iniciaram uma série de ataques contra outros criminosos e policiais, 1.539 pessoas foram mortas no Estado de São Paulo até setembro. Só nesses quatro meses do ano, o aumento foi de 12% no Estado e de 30% na capital, segundo dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública.
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O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e a presidente Dilma Rousseff (PT) começaram a negociar ontem estratégia conjunta para conter o avanço da violência no Estado. Por telefone, Dilma sugeriu a Alckmin que fosse traçado um plano integrado de segurança pública.
Entretando, como a Folha publicou hoje, Alckmin deve rejeitar a proposta do governo federal de deslocar tropas do Exército para ocupar áreas críticas de São Paulo, como a favela Paraisópolis, na zona sul.
Na conversa com a presidente, o governador disse que não quer o Exército e que acha que a situação de São Paulo é bem diferente da que motivou a ocupação militar do Complexo do Alemão, no Rio.
Mas ele não descartou de imediato. Ficou de analisar a proposta e trata-la dentro da discussão para elaborar uma estratégia conjunta.
Em um primeiro momento, o governo federal cogita oferecer tropas federais, tanto do Exército quanto da Força Nacional de Segurança.
A última vez que os governos federal e estadual fizeram um acordo para empreender estratégia conjunta na segurança pública em São Paulo foi em agosto de 2006. Na época, a facção criminosa PCC impunha há três meses uma onda de ataques contra a polícia paulista.
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